sábado, 29 de maio de 2010

Estrelas.


Pode ser que em uma noite fria você se sinta só.
E que alguém que jamais pensaria foi base de uma grande mentira.
Ou que simplesmente o vento diga que já não há para onde ir,
Já que o tempo não soube fingir.

Pode ser que a chuva diga chorando que a esperança se foi.
E que o mundo conspire para não te ver sorrir.
Ou que o cão demonstre que não está ali,
Já que os sonhos perderam sua magia e só puderam cair.

Pode ser que as mãos sintam a fragilidade das lágrimas,
que dizem que sua alma quer desistir.
Ou que seus lábios, trêmulos, implorem por rendição.
Já que entre palavras soluçadas o silêncio não lhe respondeu um porque.

Pode ser que esteja parado o relógio.
E que a solidão seja uma atenciosa companheira.
Ou que as maiores experiências possam não saber.
Já que provável perdeu sentido, e o improvável é lógico.

Pode ser que você olhe para uma muralha de pedras e a veja chorar.
Ou que as folhas de outono, caídas, não anunciam o fim da estação.
Já que as flores não brotam em um desesperançado coração.

Pode ser que as estrelas não apareçam essa noite.
E que a única estrela no céu seja pequena demais para ser vista.
Ou que as nuvens, carregadas de chuva, queiram inundar seu coração.
Já que entre raios e trovões não se escuta a razão.

Mas, embora as estrelas não apareçam, por estarem escondidas atrás das nuvens
Não há motivos para se acreditar que elas não brilham mais.

1 comentários:

Richard Mendes disse...

É facil demais notar como as coisas são dificeis quando elas se tornam dificeis e passamos a viver na pele essas dificuldades hein.
Esse aperto de alma costuma ter nome (as vezes sobrenome, endereço, orkut... parei). E ainda bem que em alguns casos inspiram coisas tão belas quanto esse texto.
Muito lindo Beki ^^, parabéns novamente.

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