segunda-feira, 31 de maio de 2010

O que eu descobri sobre você.


O que mais me perturba não é sua ausência, mas quando você esteve presente. O modo como eu me importei com isso, aliás, como não me importei. Agora o que restou foi o vazio, a falta, o medo, a insegurança... As sombras.

Sombras das memórias infames. Ações odiosas e medos inescrupulosos. A tentativa falha de querer esquecer te leva direto à escuridão. E meu pranto, tão seco depois de tanto, já não ajuda mais. Não há nada que possam fazer para tirar isso de mim porque o mais importante já me foi tomado.
O tempo não volta, ações não podem ser feitas ou desfeitas. Eu tenho que pensar no agora, no amanhã. Porém não consigo me desprender de você. Como eu poderia? Talvez a corrente mais forte seja a do arrependimento, que veio sem pedir permissão. Arrependimento da perda do tempo que pude ganhar ao seu lado.
A verdade, sem restrições, é que eu me sinto culpada. Não é pretenção, eu realmente tenho culpa. Foi por minha falha não só perder você como também tudo o de bom que poderíamos haver tido. E hoje eu vejo isso tão claro quando a chuva lavando minh'alma.
Tão dificilmente tento enfrentar essas sombras com a esperança tão mísera de sua luz intervindo em meu caminho. E, tão dificilmente, também sei que nada poderá mudar os meus sentimentos por você. Porque entre tanta insegurança a única certeza que me resta é que desesperadamente, eu sei que vou te amar. J.A.T.B e M.R.M.

sábado, 29 de maio de 2010

Estrelas.


Pode ser que em uma noite fria você se sinta só.
E que alguém que jamais pensaria foi base de uma grande mentira.
Ou que simplesmente o vento diga que já não há para onde ir,
Já que o tempo não soube fingir.

Pode ser que a chuva diga chorando que a esperança se foi.
E que o mundo conspire para não te ver sorrir.
Ou que o cão demonstre que não está ali,
Já que os sonhos perderam sua magia e só puderam cair.

Pode ser que as mãos sintam a fragilidade das lágrimas,
que dizem que sua alma quer desistir.
Ou que seus lábios, trêmulos, implorem por rendição.
Já que entre palavras soluçadas o silêncio não lhe respondeu um porque.

Pode ser que esteja parado o relógio.
E que a solidão seja uma atenciosa companheira.
Ou que as maiores experiências possam não saber.
Já que provável perdeu sentido, e o improvável é lógico.

Pode ser que você olhe para uma muralha de pedras e a veja chorar.
Ou que as folhas de outono, caídas, não anunciam o fim da estação.
Já que as flores não brotam em um desesperançado coração.

Pode ser que as estrelas não apareçam essa noite.
E que a única estrela no céu seja pequena demais para ser vista.
Ou que as nuvens, carregadas de chuva, queiram inundar seu coração.
Já que entre raios e trovões não se escuta a razão.

Mas, embora as estrelas não apareçam, por estarem escondidas atrás das nuvens
Não há motivos para se acreditar que elas não brilham mais.

sábado, 22 de maio de 2010

O que nunca seremos.


Eles se beijaram como se não houvesse nada ao redor. Ele a olhou como se ela fosse o paraíso, e no olhar dela era possível ver o quanto ela precisava dele. Ela tentou sair por um instante, mas ele não permitiu. Era visível em seu rosto que aquilo lhe trazia uma certa agonia, como se ele soubesse que o destino, por azar, poderia não deixá-la voltar. Abraçou-a fortemente e a conteve em seus beijos. Eles permaneceram assim a noite toda, e sabe-se lá por quanto mais tempo.

Eles mal sabiam que alguém os olhava. Mal sabiam que alguém, ao contrário deles, sofria com a cena e mesmo assim não conseguia deixar de olhar. Porque essa pessoa queria entender como seria ter um amor desses. Eles jamais terão ideia do quanto esse alguém desejou algo assim.

E muito menos você vai saber o quanto eu desejei que aquela cena fosse de nós dois .

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cigarro de mármore.


Um cigarro de mármore
Para que logo se transforme em pedra todo o corpo,
Assim como está o coração porque o envenenei.
É tanta dor que quase já não durmo.
Por favor, Morte, dê-me um beijo em que chegue eu até a aternidade.
Porque chove fora e chove dentro.
Já não há destino em que eu possa perdoar.
E não sei se o frio ven do meu coração ou do lugar em que me encontro.
A ruas são mais longas
E seu fim mais distante.
Porque não há o amor que supunha,
Pelo que se fez gelo o meu verão.
Eu não quero olhar atrás,
Já não quero nem pensar.
É demasiado tarde para dizer que volto atrás.
Agora quero me afogar.
Por favor, olhe-me nos olhos
E veja como minha alma queimou neste quarto negro.
Chorando em silêncio estou,
Não sei se faço bem ou faço mal.
Isso nada mais é do que sou.
Porque se fácil vem, fácil irá.

quarta-feira, 19 de maio de 2010


"(...) Seus olhos me olham, mas não me encontram. Você não me enxerga. Você me lê como se eu fosse um livro de palavras ocultas, palavras à mostra, de intenções incertas. Mas isso não importa. Você me toca, sem seu toque. Toque fantasma. O frio está, mas o calor volta.

Versos confusos, embora sinceros dentre os mistérios de viver. Contando, mostrando detalhes, apagando verdades para não voltar a sofrer.
Abafo a dor, demonstro um sorriso para agradar. Pensando em parar eu olho para o céu, nas estrelas encontro um amanhecer e na lua a luz.
Se há sempre estradas, mas nunca há fim, eu quero seguir, te encontrar no caminho e te ajudar a conseguir.
Mas enquanto isso continuo calada, olhando para o nada, tentando não sofrer mais por coisas assim."

segunda-feira, 17 de maio de 2010


Tento abaixar o volume de meus pensamentos
que só falam de você.
Tento equalizar meus sentimentos
que ficam loucos por você.
E no final não acho a freqüência perfeita
para não sentir saudade.
Tento não pensar para poder sentir.

E se sinto, me descubro pensando em você.
Doce ironia da vida, escapo de você
e sem se mexer você me alcança;
escondo-me de você e no meu esconderijo
o encontro.

Tento perdê-lo no caminho
e me dou conta de que, no final,
você é meu destino.

Tento não lembrar de você
pensando em como esquecê-lo
e, no final, reconheço que
o amor é uma arte,
porque não há maneira de apagá-lo.
Tento não pensar para poder sentir...

Nossa, como é difícil me afastar de você!
Por isso continuo tentando,
porque não quero que se apague sua lembrança.